Espinhos


Dureza dos ossos transparecendo na prosa o que sentimos quando negamos os nossos amores, como enfermidade de um vício. Obstinados somos, estultos de não aceitarmos o perdão das flores ou quando deixamos a própria reciprocidade carente. Nos tornamos o vazio.
O desleixo de sempre achar que tudo possuí, afinal a destreza é sempre maior que a fidelidade, todos somos imunes ao amor - ilusão. Uma vez uma meretriz popular nos anos 70, em seu leito, me dissera com toda a tristeza e fervor nas palavras que sentira falta do amar em toda a sua vida, naquela hora se despedira de seu próprio sangue e o deixara para trás apenas as noites secas de todos os seus homens. Seu único desejo da carne acabara com o tempo e o que restara foi a carcaça podre. Podre mais ainda por dentro.
A sabedoria do homem - hipocrisia - julga o poder dos amantes em fraqueza da espécie, quando o alguém tem a própria rosa dos ventos que os levam para o melhor caminho a seguir. Seguir adiante com o escudo para combater o amor, assim estamos guardados para desfrutar de outros sentimentos, mas nunca o amor.
Os ossos e coração, de qualquer animal, não suporta a armadura por toda a vida e sempre chega o fim em que desabamos, sozinhos, e queremos a flor, linda e apaixonada, agora completamente invadida por veneno em todos os seus espinhos.


 

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