O menino sem nome


Um dia o menino, aquele mesmo sem nome, entrou na velha loja e o viu. Não entendia como, mas o bizarro o atraia, o fazia se sentir inquieto. Juntou as poucas pratas que ainda restavam e o comprou. A ansiedade era maior do que os olhos, no caminho até sua casinha não parou de fixa-lo atentamente. O frasco pequeno, porém grande por dentro, guardava uma coisa que ele sempre desejou. Ao colocar sobre um pedestal, com rezas e crenças, o menino o abriu. O sol que batia na janela simples e iluminava o humilde casebre feito de barro, não parava de brilhar intensamente. Os raios se fortaleciam a cada olhar encantador do garoto. A canção silenciosa da tarde o envolvia com harmonia a cada segundo. Não havia som algum, mas o pobre menino mesmo sem entender nada sentiu-se flutuar por segundos. Tudo era inexplicável, não havia palavras que a descrevia. Sorrisos estalados na face do garotinho, de olhos fechados absorveu tudo o que pode e lentamente foi consumindo todas as energias do menino sem nome.
Como? Um objeto simples, sem valor nenhum, comprado com moedas proporcionou todas aquelas sensações?

Mas a última magia do frasco acabou, o brilho melódico se foi, o silêncio melancólico agora comandava a mente do garoto. Mais curioso ainda com o que sentiu, pegou o pequeno frasco e o virou para baixo e, percebeu a etiqueta amarelada pelos anos trancados dentro das prateleiras da velha loja a escrita “Frasco da felicidade”.
O pobre menino comprou a felicidade, que artificialmente o fez sentir feliz-se por alguns segundos, mas só por um momento, aquilo tudo foi artificial.


 

Template base por GeckoandFly. Modificado e convertido para Blogger por Blogcrowds. Edição por Thiago Campacci e Thomaz Campacci. É proibida a reprodução total ou parcial de qualquer parte deste blog.